quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Mudar (de lugar)


Mudar é experimentar a despedida com o doce gosto do reencontro.
É sofrer com a saudade, mas deliciar-se em mata-la.
É seguir e poder voltar.
É olhar cada detalhe que passou, com gratidão.
É não somente sentir aquele cheirinho que remete ao passado, mas de fato voltar a sentir o perfume que ainda está ali.
É ter uma segunda chance a cada oportunidade.
Mudar, é sentir uma pequena parte da sensação da perda, do adeus, mas também do delicioso sabor de ter a certeza de que ainda é possível viver aquilo novamente.
É não ver o tempo passar, mas depois de algum, ver as transformações que esse tempo se encarregou de fazer.
É apreciar as coisas que não mudam, para garantir que alguma coisa ficou no lugar.
É esperar cada segundo para viver tudo aquilo novamente.
Meu passado não é um tempo que passou, mas pessoas, lugares e coisas que ainda posso voltar.
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Mudei de cidade e de vida. Meu entorno não é mais aquele que me acostumei a viver por 31 anos da minha vida. As pessoas que me cercavam não fazem mais parte do meu dia a dia... família, amigos, conhecidos. Sempre achei que esse tipo de mudança nunca fosse ser um grande desafio para mim e que eu encararia numa boa, mas não é tão fácil assim.
Mudar interiormente e as coisas permanecerem intactas ao meu redor é uma coisa. Já, ver tudo ao meu redor mudar, me faz querer permanecer de alguma forma, segura no que sou.
Valorizo cada reencontro, cada canto e toda oportunidade de voltar ao que não quero que mude sem que eu esteja presente.
Aos meus pais: Saibam que jamais segui por desapego ao meu amor por vcs, mas sim por ter a certeza de que sempre poderei voltar!  

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